domingo, 5 de julho de 2009



































O Castelo é a prova viva da presença dos romanos em Torres Vedras, após a conquista dos mouros, foi ampliado por D. Afonso Henriques, tendo também sido alvo de várias intervenções de reconstrução durante os séculos seguintes.
Em virtude do terramoto de 1755, apenas restam panos de muralha que assentam em muros de épocas anteriores à Idade Média.
O castelo apresenta os estilos, gótico e manuelino, constituído pelas seguintes estruturas:
1. Cerca de muralha apresentando planta ovalada, reforçada por cubelos de planta semicilíndrica e pela torre do portão, de planta quadrada, saliente da muralha.
2. Igreja de Santa Maria do Castelo, é considerado monumento nacional, a sua fundação é muito antiga, na sua fachada são visíveis restos do portal românico e capitéis decorados com pombas, assim como a porta lateral decorada com motivos românicos. Os altares apresentam talha dos finais do século XVIII.

A mais antiga ocupação comprovada do castelo, data do século IIa.C.

No entanto, as primeiras muralhas terão sido construídas pelos árabes, quando estabeleceram em Torres Vedras a sede de uma circunscrição da província da Belata, tendo sido ampliadas em 920.

O castelo foi tomado aos mouros por D. Afonso Henriques em 1148 segundo a lenda, a 15 de Agosto, dia da assunção de nossa senhora, razão pela qual, até ao sec. XIX, nessa data, se acendiam fogueiras no adro da igreja e nas ameias do castelo. À destruição das muralhas, resultante da tomada do castelo, seguiu-se uma sólida reconstrução, que impediu entrada dos árabes, durante o cerco de 1148. Também a igreja de santa Maria é do início da nacionalidade.

Desde a ocupação íslâmica que a povoação se terá desenvolvido num perímetro exterior às muralhas, ao longo das encostas sul e nascente, originando uma decadência da habitação no interior das muralhas.


Em 1288, D.Dinis mandou ampliar o castelo, onde deveria situar-se o Paço Real, pois só no final do século XIII se construiu o novo Paço, já fora das muralhas. Também D. Fernando procedeu à reconstrução do Castelo, entre 1373 e 1382.









De Dezembro de 1384 a Fevereiro de 1385, o mestre de Avis pôs um cerco inglório ao castelo, em poder de João Duque, partidário de Castela, tendo trazido para Torres Vedras engenhos e trons, que mandou " tirassem ao muro e ás torres pera as defazer e derribar". A atestá-lo estão as pedras de arremesso encontradas no castelo e agora expostas no torrão.



Durante o reinado de D.Manuel I, o castelo sofreu uma das suas maiores reconstruções. Em Maio de 1589, foi tomado por D. António, Prior do Grato, mas foi reduzido à obediência de Filipe II alguns dias depois. As muralhadas terão sofrido alguma ruína com estes acontecimentos, pois, em 1638, voltariam a ser reparadas pelo alcaide D.João de Alarcão e Melo. Com o terramoto de 1755, as muralhas do castelo e o Paço dos Alcaides ficaram em parte destruídas.











O castelo é constituído por:






  • Muralhas


  • Barbacã (ou barreira) que é uma muralha mais baixa


  • Barbacã da Porta


  • Porta da Barbacã da porta


  • Porta do Castelo


  • Troneira cruzetada- buraco redondo aberto na muralha para adaptação de pequenas armas de fogo


  • Cubelo- escada de acesso


  • Bateria- zona da muralha derrubada, no âmbito das Linhas de Torres, para proporcionar a instalação de peças artilharia e o fogo cruzado sob a estrada que segue ao longo do vale do sizandro.


  • Igreja de Santa Maria do Castelo


  • Cisterna


  • Cemitério medieval


  • Palácio de Alcaides


  • Torre de Menagem


  • Barbacã da porta do palácio


  • Cisternas romanas







O castelo voltaria a ter um importante papel em 1809, ao ser integrado nas linhas de Torres Vedras, nessa ocasião foi novamente reparado e guarnecido de peças e artilharia. Nos anos que se seguiram á Guerra Penínsular, a área sepulcral em redor da igreja de Santa Maria viria a aumentar, com enterramentos em valas, na sequência de vários surtos de pestes que se propagaram entre a população, em virtude do êxodo forçado de 600.000 pessoas para o interior das linhas de torres, decretado pelo general wellington.


Em Outubro de 1846, deu-se o último cerco deste castelo, com a batalha de Torres Vedras, entre o conde do Bonfim, que se instalou na fortaleza, e o Duque de Saldanha, que a bombardeou, a que se seguiu a explosão do paiol.


Apesar do seu estado de ruína, o castelo continuou a funcionar aquartelamento de tropas regulares, até finas do século XIX, tendo-lhe sido realizadas inúmeras reparações desde 1886.


O castelo está classificado como imóvel de interesse público.